sexta-feira, 30 de novembro de 2007

APRENDENDO UM POUCO MAIS.

Eudoxio de Azeredo                                                              

TROVA E TROVADORES

Segundo o meu amigo Buscácio, trova é o poema mais difícil de se compor. Comecemos por conceituar alguns princípios poéticos, o que nos facilitará o entendimento. O que é um poema? Entende-se por poema, a concretização da expressão em verso. E o que é um verso? Verso é cada uma das linhas de um poema. Como estamos querendo, falar de trovas, vamos nos ater à sua forma, sua métrica, rima e cadência.
Uma trova perfeita, possui quatro versos de sete sílabas. Observe-se que na contagem das sílabas deve-se desprezar a última sílaba átona. Se a última sílaba for tônica deverá ser contada normalmente. Exemplo:
Sentindo do amor o aroma,
O cravo disse pra rosa:
Dá-me um beijo bonitona,
Deixa de ser orgulhosa.

Observe que a rima, que é a identidade parcial ou total de sons, a partir da última vogal tônica, se apresenta, no poema acima, quanto à sua disposição, intercalada.
Oma, rima com ona – primeiro e 3º. Versos. E osa rima com osa nos segundo e quarto versos.
Outra característica de suma importância na trova é a mensagem. Uma trova possui principio, meio e fim. Com apenas quatro linhas ou versos, ela nos transmite uma idéia completa.

Quanto ao conteúdo da mensagem que transmite a trova pode ser lírica, filosófica, satírica, e cômica.
A nossa confreira Vilma Teixeira nos presenteou com estas trovas:

Indústria é seiva bruta
Que enriquece uma nação.
Inseticida que mata...
Fome, miséria, dá o pão.

A noite tem seus encantos
Quando se despe o luar.
Ternura de dois amantes,
Na intimidade do lar.

Palavras não dão sentido
No que te quero dizer,
Beijo é poema que digo
Sem ser preciso escrever.

Francisco Buscácio, é outro grande trovador, que brinca com as palavras, fazendo surgir da sua pena lindas trovas:

Sou Vida, sou Esperança...
Eu sou Pureza, Inocência...
Sou a razão da existência...
Senhores, sou a Criança...

Destino igual, com certeza,
Deus deu à Mulher e a Flor...
Nas duas, mora a beleza...
Nas duas, vive o Amor...

Nunca fale sem pensar...
Não discute, sem razão...
Quem fala só por falar...
Só terá decepção...

Agora, mostre que você aprendeu. Pegue a caneta e escreva uma, duas, três... quantas trovas a sua veia poética permitir. Depois, mande-as para mim. (eudoxio4@ig.com.br) pois sou um apreciador incansável desse tipo de poema.

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